quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Natal Macabro 2




Michael Crandall sempre foi muito bom marido e bom pai. Levava uma vida feliz e estável ao lado de sua esposa Jessica e o casal de filhos. Michael era sempre muito amoroso com as crianças e de conduta exemplar com a esposa. De modo que ninguém esperava pelo o que aconteceu na noite de Natal. Michael desapareceu sem dar notícias.

Jessica procurou pelo marido nas listas de atendimento médico e ocorrências policiais – nada. Chegou à conclusão de que o marido, depois de todos aqueles anos, a abandonara.

“Como ele pode fazer isso com você e as crianças?” – comentava a amiga.

Mas se Michael era um exemplo de marido, Jessica era menos virtuosa. A senhora Crandall há tempos tinha lá uma queda por seu médico ginecologista, este, aliás, ajudou a procurar por Michael fazendo contato com todos os hospitais. O médico costumava investir em Jessica, mas esta, apesar de no fundo se sentir atraída pelo doutor, resistia às investidas... Mas depois do que Michael fizera, e justo na noite de Natal!

Antes do ano novo, o médico já ocupava o lugar deixado por Michael em sua bela casa, junto à sua esposa e filhos...

Antes do ano novo... Começou-se a sentir um cheiro muito desagradável na casa, mas não se descobria de onde vinha. Até que, numa noite mais fria Jessica e seu novo parceiro – o médico – resolveram acender a lareira. O cheiro se tornou muito forte, e a fumaça voltava pela lareira... O médico apanhou uma vassoura, e cutucando, investigou o duto da chaminé.

O corpo queimado de Michael caiu diante deles, morto, vestido de Papai Noel. Diante da cena do cadáver, Jessica levou a mão à boca e sentiu vontade de vomitar, a empregada tapou os olhos das crianças, e as levou para longe. O médico rapidamente buscou sacos de lixo e tratou de retirar o corpo.

Ao tentar entrar pela Chaminé vestido de Papai Noel, Michael caíra e batera com a cabeça quebrando o pescoço.

O funeral, com caixão fechado, foi triste. As crianças choravam abraçadas à empregada, que fez questão de participar do funeral de Michael, que sempre fora bom patrão. Não havia muitos amigos – Michael trabalhava demais, e vivia quase que exclusivamente para a família... Já Jessica, chorava no ombro do médico, que consolava a viúva.

“Jamais imaginaríamos! Enfim, Michael sempre foi um bom homem, bom marido e pai” – dizia, com falso pesar, o doutor.

Na noite seguinte ao dia do enterro. Jessica estava na cama com o doutor, quando ouviram barulhos na casa.

“Vou ver o que é” – disse o médico.
“Tenha cuidado, querido! Pode ser perigoso!” – respondeu Jessica
“Vou ter, não se preocupe” – respondeu o médico, apanhando um revolver, que passou a manter no criado mudo, desde que se mudara para a casa de dos Crandall.

Minutos depois, Jessica vê surgir na porta do quarto uma criatura macabra – de corpo em decomposição, coberto de terra e vermes, trapos de roupa e a face como de uma caveira humana. Jessica gritava desesperada, quando a criatura exibiu a cabeça decapitada do médico. Em seguida a criatura avançou contra ela. Com voz gutural a criatura dizia “Vagabunda! Piranha! Traidora!” – enquanto a estrangulava até a morte.

As crianças acordaram com os gritos, mas, com medo não saíram do quarto. A empregada correu para lá. A criatura, então, surge na porta do quarto das crianças. A doméstica ficou sem reação, enquanto as crianças apavoradas olhavam paralisadas de medo. A criatura passou pela empregada e se dirigiu às crianças, as abraçou e disse – “Amo vocês, meus filhos! Amo vocês, meus filhos!”.



Feliz Natal!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Histórias de Arrepiar!


Sabe o que eu adoro? Quando estamos em grupo, sejam amigos ou familiares, e alguém puxa assunto sobre “experiências com o sobrenatural”! Então cada um tem um caso para contar sobre algo “estranho” que vivenciou, ou uma história que ouviu... Melhor ainda se essa conversa – a la “Clube do Terror” – acontece à noite, que aí “dá mais medinho”...

Geralmente a pessoa tem um caso que ouviu de alguém, e ela inicia dizendo – “Minha avó/ Meu avô... conta/contava...”. Então se segue uma história incrível! Algumas são “de arrepiar”, algumas nos parecem “bobas”, algumas tem cara de que não passam de “imaginação”, ou que foram inventadas só “para botar medo” ou enfatizar algum valor...

Infelizmente essas histórias, seja pela modernidade, ceticismo..., parecem estar desaparecendo!

Em “Histórias de Arrepiar” vou contar, ou recontar histórias, relatos, casos... que chegam até mim – me permitindo, algumas vezes, o direito de “contar um conto e aumentar um ponto”.

Para começar, tenho um caso intitulado...



A Mão do Bebê


Apesar de todo amor e cuidados, o primeiro filho de uma jovem veio a falecer. Era ainda bebê de colo. A morte do bebê, claro, trouxe grande comoção àquela família simples de pequenos lavradores. A criança foi enterrada com grande pesar. O funeral e enterro aconteceram no pequeno cemitério da localidade. Como eram muito simples, não tiveram condição de pagar por um sepulcro, e a criança foi sepultada em uma cova de terra.

No dia seguinte ao sepultamento, a jovem mãe foi ao cemitério levar flores e rezar. Lá chegando algo a aterrorizou – A mão do bebê estava para fora da terra. Muito consternada, ela procurou os responsáveis pelo cemitério. O coveiro tornou a enterrar o bebê.

Tal fato fez sofrer ainda mais a pobre mãe – teria seu bebê sido enterrado vivo?

No dia seguinte ela voltou ao cemitério, desta vez acompanhada do marido. Chegando lá encontraram novamente a mão do bebê para fora da terra. O pai da criança cobrou dos responsáveis pelo cemitério, acreditando que nada tinha sido feito após a esposa ter relatado o fato no dia anterior. A jovem mãe esperou na saída do cemitério, enquanto o pai assistiu ao trabalho do coveiro.

Esses fatos aumentavam ainda mais a dor daquela família.

No dia seguinte o pai foi sozinho ao cemitério – uma vez que a jovem se dizia sem condições emocionais, para o caso da mão estar novamente fora da cova.

Em lá chegando – espantosamente – a mão da criança estava mais uma vez estava para fora da terra. O pai discutiu com a administração do cemitério, estes estavam perplexos com a situação. O pai acreditou que poderia se tratar de alguma brincadeira de muito mau gosto. Enquanto discutiam, diante dos olhos deles a mão do bebê saiu da terra. Mesmo assistindo ao estranho fenômeno aquilo lhes era inacreditável.

Após o pai do bebê relatar em casa o que aconteceu no cemitério, a família decidiu que deveriam conversar sobre o caso com o padre da localidade.
O pároco atendeu ao chamado, indo até a casa da família. Em conversa com a jovem, o padre perguntou se alguma vez a criança, enquanto recebia de mamar, havia batido nos seios da mãe. Ela disse que o bebê por vezes deu tapas em seus seios, enquanto era amamentado. O padre, então, tratou de conseguir uma vara, e a benzeu, e orientou à mãe, que fosse ao cemitério e batesse sete vezes na mão do bebê, como um gesto de repreensão pelos tapas no seio.

A jovem foi ao cemitério, e a mão do bebê, como sempre, estava para fora da cova. Ela rezou pela alma do filho e fez como o padre a orientara, acertando sete varadas na mão da criança. O coveiro executou seu trabalho e nunca mais a mão do bebê saiu da cova.



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A Menina da Lacuna



No meio da noite, a pequena Naoko, acordou em seu quarto e quis ir ao quarto dos pais.
Desceu da cama, pegou sua boneca pelo bracinho e levou consigo.

“Vem comigo, Ayako!” – a pequena disse à boneca.

Naoko seguiu pela casa, indo em direção ao quarto dos pais, mas ao passar pela sala pensou ter visto algo atrás dos móveis.

A pequena se esticava tentando ver o que havia atrás do móvel. Com um pouco de receio, mas a curiosidade era maior. Ficou muito surpresa ao perceber que era outra menina!

“Quem é você?” – perguntou Naoko.

“Quer brincar de esconder?” – disse a menina atrás do móvel.

“Eu ou você se esconde?”

“Você me procura”.

“Está bem!” – Naoko respondeu entusiasmada, se virou e cobriu os olhos. Cobriu também os olhos da boneca.

“Já posso virar?” – sem obter resposta a pequena se virou e não viu onde estava a menina. Começou então a procura.

Naoko corria olhando atrás de tudo, até que pensou ter visto a outra menina passar pela porta.

Os pais da pequena acordaram ao ouvirem seus risinhos vindos da sala e levantaram para ver o que ela fazia.

Naoko passou pela porta que pensou ter visto a menina passando, andou pelo corredor até uma lacuna (como as lacunas que costumam ter as casas japonesas).
Ela se aproximou da lacuna, e ao se inclinar para olhar, viu os olhos da menina escondida.

Quando os pais de Naoko chegaram ao corredor tudo o que encontraram foi a boneca caída. Naoko havia desaparecido para sempre – arrastada pela menina da lacuna para sempre!




A “Menina da Lacuna” é uma lenda urbana japonesa.