domingo, 26 de outubro de 2014

Histórias de Terror Assustador que dão Medo!


Resumido e Adaptado do artigo “Na pista do Diabo de Jersey” de Mike Mallowe na edição de março de 1986 da Revista Seleções do Reader’s Digest.



O Diabo de Jersey


Lenda

A Linha de árvores marca o limite sul do pinheiral de Nova Jersey, com mais de 400 hectares de pinheiros e carvalhos em solo arenoso. Por mais de 200 anos, essa floresta assustadora tem sido a área de caça da criatura conhecida como o Diabo de Jersey.

Milhares de pessoas dizem tê-lo visto ou pegadas suas. Muitas dessas testemunhas oculares são merecedoras de crédito: policiais, guardas-florestais... Homens já o perseguiram e atiraram contra ele. Velhos relatos descrevem-no com corpo de canguru, cabeça de cavalo, focinho de collie, asas de morcego, um longo rabo e fogo saindo pelas narinas.
No entanto, a coisa continua frequentando furtivamente aqueles vastos bosques, assombrando como num pesadelo.

De acordo com a lenda, o Diabo de Jersey nasceu de uma mulher no ano de 1735, em Leeds Point, pequeno lugarejo a 15 km apenas de Atlantic City.
Segundo uma das versões mais antigas da lenda, uma mulher quacre (adepta de uma seita protestante fundada no século XVII), conhecida como Mãe Leeds, havia sido acusada de bruxaria e quase queimada como feiticeira. Ela estava esperando o 13º filho e as pessoas do lugar temiam que o Demônio fosse o pai da criança. De qualquer forma, pouco antes de dar à lua, Mãe Leeds amaldiçoou o filho, entregando-o a Satanás.

No começo o bebê parecia normal. De repente, enquanto as parteiras olhavam horrorizadas, apareceram-lhe garras, pés de cabra, asas e uma cauda. O monstro matou diversas pessoas no aposento, desapareceu pela chaminé e foi visto pela última vez correndo em direção aos pinheiros.



No encalço do Diabo

Algumas semanas depois de entrar com contato com James F. McCloy e Ray Miller Jr., autores do livro “O Diabo de Jersey”, o jornalista Mike foi até o local onde teria nascido a criatura.

Mesmo à luz da tarde, o cemitério parecia escuro. Um único carvalho possante erguia-se de súbito por entre as carreiras de pedras tumulares. A distância, além de um campo aberto e crestado, começavam as árvores. Os sons da floresta quebravam o silêncio do cemitério deserto, sussurrando, chamando.

“Não é difícil encontra-lo” – disse-lhe alguém “Ande em linha reta, do cemitério até o pântano. Está incendiada, mas ainda se pode ver o perfil da casa sob as trepadeiras”. Depois tocou no seu braço e o olhou com um olhar vago. “Faça tudo para sair daqueles bosques antes do escurecer”.

Seguindo um raio de luz brilhante que parecia surgir do céu sem nuvens, Mike penetrou no pinheiral sozinho.
Suas botas pesadas afundavam a cada passo. A vegetação rasteira (um lençol de folhas, agulhas de pinheiro e musgo) dava ao solo uma textura esquisita. Era como se ele estivesse sendo sugado terra adentro.

Mike chegou às ruínas de um forno colonial. 

– No passado, ali havia estado a capital do minério de ferro nos EUA. Era uma região próspera, porém a indústria (e a maioria das pessoas) logo se mudou mais para oeste. Outros, contudo, penetraram no interior das florestas, e foram trabalhar nos mangues: passaram a ser chamados de “Pineys”. São gente decidida, hostil a estranhos e muito misteriosa. Seja o que for, o Diabo de Jersey é um deles.

Já deveria estar se aproximando do lugar onde nasceu “aquilo”. Foi quando ouviu um zumbido diferente de tudo que conhecia. Achou que correndo, poderia deixa-lo para trás, mas 6 metros adiante ele estava mais forte. Então, bem por cima do ombro direito do jornalista, viu-o de relance: alguma coisa dentro das moitas movia-se paralelamente. Mike ficou pensando nas instruções “Saia antes do escurecer”.

O zumbido parou. O que quer que fosse – um piney, o Diabo ou sua própria imaginação – desapareceu. O crepúsculo já descia quanto Mike entrou na clareira. Adiante, mal conseguia ver o retângulo das fundações de uma casa. Porém, quanto mais perto ele chegava mais parecia um buraco negro no chão. O jornalista tratou de voltar depressa por onde tinha ido antes do escurecer.
A única coisa que ele tinha em mente agora, enquanto se apressava ao lusco-fusco da tarde, era a sobrevivência. Não tinha absolutamente ideia de que lado tinha vindo. O pinheiral fechava-se sobre ele. Suas botas afundavam cada vez mais no chão lodoso e ela já se via preso num pântano.
De repente começou a correr. Seus braços e mãos sangravam com os espinhos, enquanto abria caminho entre arbustos duas vezes mais altos do que ele. Passou correndo por um cedro, que parecia uma grotesca gárgula.
Logo em seguida foi parar num mato ralo e espesso, com a linha de árvores atrás de si. Tinha conseguido sair daquele bosque.
Mike queria se sentar e descansar, mas teve medo. Então, a distância, avistou o cemitério de Leeds Point e o seu carro logo atrás. Começou a se sentir ridículo. Apagando a lanterna, resolveu cortar caminho através do cemitério.
Então escutou o zumbido novamente. Uma sombra ergueu-se de uma das lousas com o nome Leeds – era um enxame de insetos, que começou a picar o jornalista no pescoço, no rosto e nas mãos, sugando seu sangue até entre os cabelos. Correu para o carro. A nuvem o seguia. Conseguiu matar um inseto. Era uma mosca do mangue. Seu pescoço começou a inchar com as picadas. O zumbido era agora tão alto como na floresta.
Acabou entrando no carro, virou a chave e apertou o acelerador – Não fosse aquilo enguiçar agora!
Ao virar o carro, a luz dos faróis altos bateu na linha de árvores por apenas um momento, banhando-a de uma claridade fantasmagórica. Pensou ver algo que se movia, mas prosseguiu, deixando Leeds Point o mais rápido possível.



Mike não tornou a desafiar aquele bosque de pinheiros. O Diabo ou lá o que for que vive ali.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Estranho e Extraordinário



A seguinte história foi publicada na edição de 28 de novembro de 2012, na coluna “Conexão” do Jornal carioca “Expresso”:

Suely achou a casa dos sonhos. O clima inspirava realização. Mas algo a incomodou: na entrada, um vitrô colorido mostrava uma figura de um pássaro, contornado por uma cadeia de montanhas. Ela disse ao viúvo que apresentava a casa: “Olha, a casa é um brinco, Mas aquele vitrô... vou tirar!”. O Homem ficou desapontado, e comentou que o vitrô fora desenhado e inspirado em uma pintura de sua mulher.
Suely se mudou, Duas semanas depois, decidiu que colocaria só vidros lisos e naturais. Então veio o inesperado: estava com a filha, diante da TV, quando a menina caminhou para a escada. A mãe viu a filha balançando a cabeça afirmativamente e a filha disse: “Ouviu o que a moça falou? Ela quer que você deixe o vitrô que ela pintou, do jeito que é”. Suely ficou arrepiada. Voltou ao sopé da escada e viu uma silhueta, sutil, em forma de fumaça. Prometeu: “Vou preservar a casa do jeito que está. Do jeito que planejou!” E assim está até hoje.

sábado, 18 de outubro de 2014

A Menina que Curava




Hope olhou para Job, que estava ao volante, e segurou-lhe carinhosamente a mão direita. Sentia-se mais feliz do que em qualquer época da vida de que se lembrasse. 
O casal deixava o extremo nordeste dos Estados Unidos, onde Hope nascera e vivera até então, e viajavam com destino a Denver.
Tudo o que Hope mais desejava era deixar tudo para trás, tudo ficaria no Maine e começaria uma vida nova e feliz com Job em Denver.
Amy, filha de Hope, fruto do seu primeiro casamento, estava sentada no banco de trás do carro.
Job era completamente diferente de Vince – seu primeiro marido – Ele a amava e queria de verdade ser feliz com ela e a pequena Amy, diferente de Vince, interesseiro.
Era linda a vista a partir daquele ponto da estrada, que contornava as montanhas, era a vista de um verdadeiro milagre!

Uma curva longa, sem visão devido à encosta, Job virou o volante bruscamente por causa de um caminhão em sentido oposto, que fazia uma ultrapassagem imprudente – talvez houvesse óleo na pista – era um trecho com muito trafego de caminhões madeireiros, e era comum haver óleo no asfalto – Job tentou manter o carro na pista. Poderiam acabar caindo pelo desfiladeiro. O carro derrapou e capotou várias vezes.

***

30 anos antes...

Algo faltava à vida do Reverendo Issac Donaldson e de sua esposa Olivia. Responsável há mais de dez anos por sua igreja, o reverendo já beirava os cinquenta anos e ainda não tinha filhos. Há muitos anos esperava que sua esposa engravidasse. Olivia era apenas dois anos mais jovem que seu marido. Estavam casados há mais de vinte anos.
Olivia sofria pela ausência de gravidez, pensava que talvez fosse estéril, ou o marido o fosse... pensava em adotar uma criança. O reverendo discordava. – Tentavam há tantos anos! “A razão para ainda não termos tidos filhos, pode ser que o Senhor tenha algum proposito, um plano para nossas vidas” – dizia Issac Donaldson à esposa. E em respostas às preocupações da esposa sobre ‘gravidez de risco’, respondia “Abraão e Sarah eram já avançados em idade quando Sarah concebeu Isaque... O Deus daqueles tempos é o mesmo Deus hoje!”. – dizia citando o livro de Genesis.
Olivia colocava a intenção de engravidar em todas as campanhas de oração com as irmãs de fé.

Até que, finalmente, um dia, chegou a grande notícia: Olivia, esposa do reverendo, estava grávida – houve grande regozijo da comunidade...

Os exames revelaram que seria uma menina – como foram tantos anos de expectativa e anseio por essa gravidez, decidiram dar à menina o nome “Hope”.*

* (hope = esperança)

Houve o caso de uma mulher que frequentava a igreja que ao passar a mão na barriga de Olivia - quando esta estava de oito meses – desmaiou instantaneamente e ao acordar vomitou uma estranha gosma negra, e, a partir desse momento nunca mais voltou a fumar – lutava contra esse vício desde que passara a frequentar a igreja do reverendo Donaldson.

Após o nascimento, muitas irmãs foram visitar a recém-nascida. Uma mulher que lutava contra uma doença e os médicos já haviam marcado a data para amputar-lhe uma das pernas, sentiu-se “eletrificada” ao segurar a bebê.
Após isso os médicos constataram que estava sã – o fato foi considerado milagre, e atribuído ao bebê. 

Quando Hope tinha sete anos, sua mãe a observava da varanda da casa paroquial, quando viu a menina se aproximar de um gato ferido – ela o segurou por um tempo e o animal ficou curado. Olivia contou o ocorrido ao marido.

Hope possuía um dom! A menina era uma dádiva de Deus.

Hope ministrava orações de cura durante os cultos, e muitas pessoas eram curadas pela imposição de suas mãos. 
Os cultos de cura, realizados às quintas-feiras passou a lotar de pessoas em busca de milagres. Muitos casos de curas milagrosas eram atribuídos à menina. Os fiéis caíam às pencas, quando a pequena Hope erguiam as mãos em direção à assembleia ali reunida; e quando levantavam estavam curadas.

Hope ganhou notoriedade nacional e pessoas de várias partes dos Estados Unidos viajavam ao estado de Maine para serem curadas pela menina milagreira.

“Não executo os milagres, se acontecem é pela Graça de Deus, que me usa como um canal para as Suas bênçãos” – a menina respondia ao jornalista com a frase que refletia o que aprendera de seu pai, o reverendo.
“O que eu faço é orar a Deus e peço que as cure”.

Entretanto, a vida da pequena Hope, de rosto angelical, cabelos loiros e olhos de anjos, não era tão boa na escola.
As demais crianças a julgavam “estranha” e a menina vivia isolada pelas demais.
Hope observava de longe as outras garotas sem ter coragem de se aproximar.
Certa vez viu Megan Stark cair de um brinquedo. Megan chorava no chão – havia quebrado o braço na queda. Hope se aproximou e a tocou – o braço de Megan se curou na hora. Megan ficou olhando para Hope, que apenas sorriu, e voltou ao seu canto isolado.

Anos mais tarde, quando Hope tinha já onze anos. As outras meninas da escola a cercaram e caçoavam dela, chamavam-na de “bruxa” e a ameaçavam... Megan Stark – a quem Hope curara anos atrás – sentiu vontade de se colocar contras as demais meninas, mas não teve coragem. Hope correu e entrou no prédio da escola. Ao entrar na sala de aula vazia a porta atrás dela bateu sozinha, se trancando. Hope se sentou com os pés em cima da carteira e colocou a cabeça entre os joelhos. Inexplicavelmente um incêndio começou na sala. Tentavam sem êxito arrombar a porta e o incêndio rapidamente se alastrou por toda a escola. Um bombeiro, finalmente, entrou no prédio em chamas, e com um machado arrebentou a porta da sala onde se encontrava Hope – o bombeiro saiu do prédio com a menina nos braços. A menina em estado muito grave foi levada ao hospital. 
Os médicos deixaram a sala onde tentaram salvar a criança – apesar de todos os seus esforços não puderam evitar seu falecimento. Quando estavam se preparando para notificar o óbito da filha ao reverendo Donaldson, Hope surgiu no corredor – sem uma marca sequer das queimaduras.

Hope passou a ter aulas particulares em casa. Seu mundo se resumia basicamente à igreja, e a casa paroquial... Certa vez, fora reconhecida na rua, enquanto acompanhava a mãe, e uma multidão as cercou – foi preciso ajuda policial para conter a histeria de uma multidão, que pediam cura para si e para parentes. Depois do assédio histérico em massa Hope sentia-se esgotada – como se uma grande parcela de energia se tivesse desprendido dela. – Desde então, a menina viveu confinada.

Aos catorze anos aconteceu o evento mais traumático da vida de Hope. Ao entrar em casa o reverendo Donaldson percebeu uma música tocando dentro do quarto fechado de Hope. Ele subiu as escadas e encontrou a filha dançando uma música secular – “Baby one more time” de Britney Spears. Issac Donaldson arrancou o cinto e surrava a menina enquanto gritava para esta sobre “a música do mundo” e sobre “como aquela música serviria de entrada para Satanás naquela casa e na vida dela”, sobre “a luxúria daquela dança sensual”...
Naquele instante Hope sentiu muito raiva! Gritava para que o pai parasse... o reverendo foi arremessado para trás e sentiu o peito apertando... ficou sem ar... uma dor horrível no tórax... Hope agora se desesperava ao ver o pai se contorcer...
O reverendo Donaldson morreu de enfarte do coração.

Olivia Donaldson ocultou a todos o que exatamente aconteceu no exato momento da morte do marido.

Céticos – os mesmo que duvidavam que Hope fora socorrida já em estado gravíssimo do incêndio que provocara (certamente com fósforos e algo inflamável) na escola – se perguntavam por que “a menina que ressuscitou em um hospital de Maine” não ressuscitou o pai.

A morte do pai fez Hope acreditar que – dom de Deus, ou o que fosse – aquele “poder” que trazia consigo, não era algo que servia apenas como “benção”, mas que também poderia ser “maldição”. O modo como vivia e a perda do pai, certamente não eram uma benção. 

Aos vinte anos Hope deixou sua casa, sua congregação e sua mãe, mudou-se para uma cidade vizinha, onde esperava viver livre e não ser mais “a menina dos milagres”.

Foi quando conheceu Vince Lachance. 
Vince era bonito, e parecia corresponder a todos os anseios de vida de Hope. Ele era muito galanteador e em pouco tempo envolveu a inocente Hope, fazendo-a se apaixonar perdidamente por ele.

Algum tempo depois que já estavam juntos, Vince revelou que desde o início sabia tratar-se da garota que fora conhecida como a criança milagrosa. Vince também deu a Hope um novo entendimento sobre “seu dom”. Hope se converteu ao Espiritismo e agora se definia como “paranormal”. Nesses tempos recebeu a notícia da morte da mãe, com quem não conversava há dois anos.
Vince se aproveitava de Hope, e, com muita habilidade em manipula-la a transformou novamente em “grande atração”, conseguindo, inclusive, espaço na tevê para “shows de milagres da paranormal Hope”...

No entanto... À medida que o tempo passava Hope era cada vez menos capaz de executar os tais milagres... Antes era capaz de grandes curas... e agora apenas casos mais simples eram confirmados... 

Muitas pessoas que acreditavam terem sido curadas pela Hope, a paranormal, eram depois internadas e suas momentâneas melhoras dadas como psicossomáticas.
Vince procurou forjar milagres – primeiro sem o conhecimento de Hope, e posteriormente a envolvendo nas farsas... Hope aceitou isso por um tempo... Mas com o passar de alguns anos, de mau convívio com Vince, de desconfiar que o marido a traía... Hope deixou de amar Vince e de ser manipulada por ele... Hope foi, inclusive, a público falar sobre sua vida, sobre as farsas de Vince e sobre seus “dons”.

Hope acreditava que seu “Dom” diminuíra ao longo dos anos – era como se o poder de curar fosse uma energia que trouxe consigo ao nascer, mas que ao ser usado ia se gastando... por esta razão era capaz de curas maiores quando criança...

O divorcio com Vince Lachance foi um processo longo na justiça, assim como a disputa pela guarda de Amy – filha do casal. Talvez tivesse sido ainda mais difícil se Amy tivesse “herdado algum dom da mãe”...

Nesse momento da vida, que Hope conheceu Job Newsome. 
Job – recebera esse nome dos pais mórmons – era um bom rapaz, trabalhador, honesto... e sinceramente apaixonado por Hope. Também se deu muito bem com a pequena Amy.
Job tinha uma boa oportunidade em sua área profissional oferecida por uma companhia de Denver... Lá casaria com Hope e iniciariam vida nova.

***


– Após as capotagens do carro, que parou virado de cabeça para baixo à beira da estrada, e perigosamente próximo ao guard-rail. Job estava desmaiado e Hope muito ferida se esforçava para retirar a pequena Amy do carro...

Hope viu a filha morrer em seus braços... abraçou forte contra o peito o corpo da filha morta...

Momentos depois quando outro carro parou ao ver o veículo capotado e o motorista encontrou e despertou Job, estes encontraram Amy sentada ao lado do corpo caído de Hope, que jazia à beira da estrada.

Hope fizera sua escolha e precisara usar tudo o que lhe restara.


domingo, 12 de outubro de 2014


Quando eu era criança ficava louca para assistir aos filmes de Terror! Só que morria de medo! E, claro, havia alguns problemas, tipo, meus pais diziam para não assistir...
O plano geralmente era: fingir que estava dormindo... meus pais dormiriam...
(Até porque as emissoras, por alguma “estranha razão”, costumam passar esses filmes bem tarde! – Tenho a suspeita que um dos motivos seja para as crianças não assistirem) levantava escondida... ligava a TV bem baixinho... e “zás” – filme de Terror!


Muitas vezes o plano falhava logo na primeira parte! Até porque quando, já tarde da noite, e a gente – criança – fica deitada de olhos fechados, fingindo que está dormindo, acaba dormindo de verdade!
Mas, às vezes, eu conseguia... ¬¬ “Acho que já estão dormindo!”.
Ligava a TV com o volume bem baixinho...
Poderia faltar muito ainda para o filme começar... e novamente o risco de dormir... mas vencida também essa etapa... Finalmente – o filme de Terror!
Geralmente não acontece nada demais logo no início de um filme de terror... mostra a rotina da vizinhança... ou alguns amigos conversando... enfim, nada que assuste... Só que eu já estava com medo, porque sabia que logo algum monstro terrível e assustador iria aparecer... e lá estava eu morrendo de medo... o medo ia tomando conta, tomando conta... Começava a olhar em volta de onde eu estava... e logo estava imaginando todos os seres monstruosos... tais como vampiros e lobisomens (naquela época os vampiros eram assustadores, não eram bonzinhos, nem brilhavam na luz, feito a fada sininho – o mesmo com os lobisomens) ou todos os serial killers escondidos atrás da cortina...
(E eu descobria que outra razão para o horário é que à noite dá mais medo!).
Então eu acabava com tanto medo que fugia para o lugar mais seguro – Longe da Televisão! O “medão” nem demorava muito... a maioria das vezes bastava aparecer o título do filme em letras ensanguentadas para eu sair correndo!

Depois da fuga resolvia que não iria assistir – era muito aterrorizante... Só que... a TV ainda estava ligada...
Agora eu estava no corredor, encostada à parede, criando coragem para ir até a TV (ou onde tinha deixado o controle remoto)... “Tenho que desligar! Vai aparecer! =|”.
Depois de ensaiar mentalmente... lá ia eu... passos cuidadosos (seriam medrosos?)... estava chegando perto da TV... evitando ver o que passava na tela... quase lá... Mas se aproximar da TV sem olhar para a tela só evita as imagens... e não os sons – um barulho estranho no filme – Nova fuga em disparada... D=
Não dava pra desligar a TV... Eu iria levar bronca, mas não tinha outro jeito! E logo estava eu cutucando meu pai para ele acordar “Pai, pai, pai...”.
Você pode imaginar a “cara amassada” e a expressão de “que diabos você está fazendo aqui?”.
- “Pode desligar a TV pra mim?”.

Mas havia um programa que eu amava, era “Terror para crianças” e tenho muita saudade dele! Às vezes vejo alguns episódios na Internet: “O Clube do Terror” – ou, no original “Are you Afraid of the Dark?”.

A série gira em torno de um grupo de adolescentes, que se juntam para contar várias histórias de terror. A cada semana, num local secreto na floresta, um membro conta uma história de terror ao grupo, a qual é mostrada ao telespectador, Cada narrador começa a sua história dizendo "Submeto à aprovação do clube do terror" – momento no qual atira pedaços de cortiça para a fogueira, aumentando a intensidade das chamas e produzindo um estranho e assustador fumo branco. O contador anuncia então o título da história: "O Conto do…". (Wikipédia).

Outro “Terror para crianças – e adolescentes” que eu adorava eram os livros “Goosebumps” de autoria de R.L. Stine. Os livros da série tem a característica de envolver crianças ou adolescentes em situações assustadoras.

Filmes de Terror (adulto) com crianças na trama...

Hoje provavelmente vários blogs que trazem histórias de terror estão falando de filmes de Terror (adulto), envolvendo crianças na trama... Em minha opinião não pode faltar os seguintes filmes do mestre do Terror – Stephen King: “Cemitério Maldito”, com o fofíssimo Gage; “Colheita Maldita”, com o malvado Issac; “O Iluminado”, com Danny (agora já adulto em “Doutor Sono”, novo livro de King) – o filme de 1980 do diretor Kubrick, com Nicholson como Jack Torrance, é clássico. Mas eu indicaria a regravação de 1997 (Não atire pedras em mim!), dirigido pelo próprio Stephen King, a versão de 1997 é mais fiel ao livro, mais detalhada em suas mais de 4 horas de duração e apresenta uma Wendy (a mãe de Danny) menos apática... Outra obra-prima de King, que indico é “It”! Li que será gravado um remake do filme, mas acho que dificilmente outro ator será tão legal quanto Tim Curry no papel do palhaço Pennywise.

“It”Sinopse (Wikipédia): Derry, no Maine, é uma pacata cidade que foi aterrorizada 30 anos atrás por um ser conhecido como "A Coisa". Suas vítimas eram crianças, sendo que se apresentava na maioria das vezes como o palhaço Pennywise. Com esta forma ele reaparece, 30 anos depois. Quem sente sua presença é Michael Hanlon, um bibliotecário e único de um grupo de sete amigos que continuou morando em Derry. Assim ele liga para os demais amigos, pois todos os sete quando jovens viram "A Coisa" e juraram combatê-la, caso surgisse outra vez. Porém este juramento pode custar suas vidas.

Deixando o Terror e partindo para o Drama... Gosto muito de “Conta Comigo” (Stand by me) – filme de 1986, baseado no conto “O Corpo” de Stephen King. 

Sinopse (Wikipédia): Gordie Lachance é um escritor que recorda de um acontecimento pessoal no verão de 1959, quando tinha doze anos. Vivia numa pequena cidade do estado americano do Oregon e possuía três amigos que em certo dia saem juntos em busca do corpo de um adolescente que estava desaparecido na mata há mais de três dias.

Feliz Dia das Crianças!
...beijinhos***


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Estranho e Extraordinário




Exércitos que Desaparecem

O que dizer das desaparições de grupos de homens, que ocorrem sistematicamente em algumas regiões, sem deixar o menor vestígio?
Em 1707, no momento em que o arquiduque Charles se preparava para invadir a Espanha, quatro mil guerreiros acamparam à beira de um rio do Pirineus. No dia seguinte, bem cedo, eles levantaram acampamento e partiram em direção da montanha. Não apenas ninguém mais voltou a vê-los como também não se encontrou nenhum vestígio de suas armas ou bagagens.

Logo no início da invasão da Cochinchina pela França, em 1858, um batalhão de 650 zuavos (soldados argelinos a serviço da França), que avançavam com suas armas nos ombros, por uma grande planície, perto de Saigon, desapareceram sem nenhuma batalha, sem disparar um único tiro. Em um dado momento eles estavam lá, marchando, depois não havia mais ninguém! Um grupo de soldados que os seguia a menos de dois quilômetros não ouviu nada, não encontrou o menor traço deles.

Revista Planeta, janeiro de 1973.

sábado, 4 de outubro de 2014

Estranho e Extraordinário





No dia 1º de fevereiro de 1974, uma manhã chuvosa de sexta-feira, um incêndio parou a cidade de São Paulo. Um curto-circuito em um ar condicionado deu início a um dos maiores incêndios da história da cidade – “O Incêndio do Edifício Joelma”. Em poucos minutos, as chamas se espalharam pelas salas e escritórios. 191 pessoas morreram queimadas ou asfixiadas e outras 300 ficaram feridas.

Mas – como nos enredos de filmes de terror – O local traz histórias sobre ser amaldiçoado de tempos muito anteriores à construção do edifício incendiado há quarenta anos!

Uma das lendas diz que o terreno do Joelma serviu como um “local de castigo” para escravos indisciplinados que trabalhavam na região entre os séculos XVIII e XIX.  Negros teriam sido torturados até a morte, gerando a primeira série de mortes no local, considerado por muitos como amaldiçoado.

Antes de ser comprado por uma grande incorporadora, o terreno do Joelma era ocupado pela casa de um professor de química orgânica da USP. Em 1948, ele matou a tiros a mãe e duas irmãs, jogando os corpos em um poço que mandara construir dias antes no quintal da casa. Segundo a versão do professor, seus familiares morreram em um acidente de automóvel durante uma viagem ao Paraná. O relato, porém, não convenceu a polícia, que, ao investigar o caso acabou descobrindo os corpos jogados no poço. Ao perceber que havia sido descoberto, o professor foi até o banheiro e cometeu suicídio, dando um tiro contra o peito. Além das mortes do professor, da mãe dele e das duas irmãs, o crime do poço ainda deixou uma vítima indireta, já que um dos bombeiros que participaram do resgate dos corpos morreu dias depois por infecção cadavérica, o que aumentou o número de mortes no terreno.


Muitos acreditam que os espíritos das pessoas mortas no Incêndio do Edifício Joelma até hoje vagueiam pelo prédio (atualmente nomeado Edifício Praça da Bandeira).

Funcionários revelam já terem presenciado aparições de espíritos, ouvido gritos e vozes, além de terem visto fenômenos estranhos como faróis de carros vazios acenderem e apagarem.

Uma das histórias, recontada diversas vezes entre os frequentadores do prédio, é a do caso de uma funcionária de um escritório de advocacia que teria ouvido, já tarde da noite, um barulho de porta sendo aberta.  Porém, quando ela foi verificar, a porta continuava fechada. Instantes depois, ela ouviu o mesmo barulho e avistou o vulto de uma mulher passando pela sala de entrada. Quando chegou perto, porém, a funcionária não viu ninguém. Com medo, ela saiu do escritório rapidamente e, ao trancar a porta, viu novamente o vulto de uma mulher ao fundo no corredor. Segundo relatos, a assistente se demitiu, já que seria obrigada a ficar até tarde da noite outras vezes.

Outro relato é o de um suposto entregador que teria avistado um fantasma no estacionamento do edifício.  Enquanto esperava seu ajudante retornar ao carro, ele viu uma mulher vestida toda de branco, flutuando em direção ao seu carro. Assustado, o homem disse que saiu do local em direção ao colega de trabalho. Após a entrega, ele foi embora e não voltou mais ao prédio.

Mas das mais de cem vítimas da tragédia de 1974, treze delas são lembradas diariamente em especial. São as chamadas “Treze Almas do Joelma”.
Essas treze pessoas tentaram escapar por um elevador, e, não conseguindo, morreram carbonizadas em seu interior.
Na época, como não havia teste de DNA, devido à carbonização, fora impossível identificar essas treze vítimas.
Seus corpos foram enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro em São Paulo, ao lado das sepulturas foi construída a "Capela das Treze Almas".

Algum tempo depois do sepultamento das treze vítimas não identificadas começou-se a ouvir gemidos, gritos de dor e pedidos de água. Procurou-se verificar de onde vinha “aquilo”, sendo que descobriram que os gemidos e choros saiam das sepulturas das treze vítimas! Então, sabendo a forma como morreram, os coveiros derramaram água sobre as sepulturas, em seguida os gemidos e choros cessaram.

A partir de então as sepulturas atraem centenas de visitantes, principalmente às segundas-feiras – dia das almas. Há quem faça promessas e reze novenas e atribuam milagres às Treze Almas e como agradecimento colocam faixas e "placas" com mensagens de gratidão no local.

Quem visita os túmulos das "Treze Almas" sempre pode verificar a existência de um copo com água sobre cada sepultura, isso com o objetivo de tranquilizar essas almas.


Fontes: Wikipédia/ Jornal Expresso/ Site Terra (reportagem de Fábio Santos) / Site tokdehistoria.com.br./ G1