segunda-feira, 26 de maio de 2014

Noite Maldita 4 - cap 1



Em “Noite Maldita”, um grupo de jovens viaja em busca de um final de semana divertido, mas acabam tendo que passar a noite em uma fazenda, onde são vítimas da crença sobre uma antiga maldição local.

Em “Noite Maldita 2”, treze anos após os acontecimentos do primeiro episódio, a região a antiga fazenda se tornou um condomínio. As antigas crenças locais são desconhecidas da maioria da nova população que se formou ao longo de uma década... Mas logo um novo grupo de jovens será vítima do terror.

Em “Noite Maldita 3”, novamente se cumpre o ciclo dos treze anos, mas esta é uma noite decisiva, pois se trata da décima terceira noite maldita, o que traz a possibilidade do espírito maldito ser capaz de vir definitivamente para o mundo físico. Aqueles que lutam contra a maldição tentarão detê-lo e finalmente extinguir a maldição.

Esses três contos formaram a primeira trilogia “Noite Maldita”. Que eu amei escrever e trazer aqui para o blog, e espero que tenha deixado alguma saudade! Tivemos uma terrível maldição, um temido assassino, vilões pagando por suas maldades, mocinhas que se salvaram no último momento... Agora as “Histórias de Terror Assustador que dão Medo” trazem o quarto conto Noite Maldita.

Em “Noite Maldita 4”, que te convido a acompanhar a partir deste post, a maldição que se julgou extinta retornará. O Espírito Maldito retornou do Inferno e está em nosso mundo.

O Álbum “Born Again” de “Black Sabbath” é a “trilha sonora oficial” de “Noite Maldita 4 – O Retorno do Mal”. 

...beijinhos***

Noite Maldita 4 - O Retorno do Mal


Capítulo Um

Uma multidão se amontoava em frente à “Igreja Velha”, a Igreja de N. Sr.ª da Guia. Padre Glaxton, pároco a cinquenta anos da mais antiga Igreja da cidade de Little Town, morrera subitamente no altar.

A notícia se espalhou rapidamente, como costuma acontecer em cidades pequenas, gerando instantaneamente a presença da multidão. Apesar da avançada idade, a morte do padre, pela forma repentina e as circunstancias em que aconteceu, surpreendeu e chocou a população. No entanto havia entre a multidão alguns que secretamente se regozijavam pela morte do pároco. Na verdade alguns dos presentes à missa, lá estavam para assistir aos fatos que estavam já previstos para aquela fatídica manhã de domingo. A morte de Glaxton, no entanto, os interessava menos do que a possibilidade de contemplar a criança que fora levada para receber o batismo. 

Inserida na missa haveria a celebração de batizado da criança do sexo masculino levada pelo casal Bryan e Irene Lempke. O batismo havia se iniciado conforme a liturgia.

Que nome escolhestes para o vosso filho? 
Damon – respondeu o casal Lempke
Que pedis à Igreja de Deus para Damon? 
O Batismo – responderam os pais

Quando Pe. Glaxton rezou a oração de exorcismo e unção pré-batismal, proferindo as palavras “para expulsar de nós o poder de Satanás, espírito do mal, e transferir o homem, arrebatado às trevas, para o reino admirável da vossa luz...”, a criança começou a chorar de forma compulsiva no colo da mãe.

Pe. Glaxton orou a Monição e o diácono se aproximou com a bacia batismal para a Benção e Invocação sobre a água. Quando Glaxton olhou para a bacia pareceu ter visto algo na água. Algo que o emudecera e o apavorara de forma muito intensa. Algo capaz de levá-lo a um estado de pânico que seu coração não foi capaz de suportar. Com os olhos fixos na bacia o padre sentiu o peito e lhe faltou o ar. Com os olhos esbugalhados e parecendo lutar para dizer algo, Glaxton desabou morto sobre o presbitério. 

Bryan Lempke gritou um longo e doloroso “Não!”, e correu abraçando o corpo do padre. Iniciou-se assim o caos e consternação na Igreja Velha.

– Glaxton fora o padre de Bryan quando este frequentou a igreja para a catequese e nos momentos mais angustiantes da sua vida adulta, Glaxton fora um grande amigo e aliado. Por estas razões que o casal, residentes de uma cidade longe dali, voltavam a Little Town. Bryan desejava que fosse Glaxton quem batizasse seu filho e Irene atenderia com gosto ao desejo do amado marido. O que Irene nunca fora capaz de imaginar é que vivenciaria naquela região os piores momentos de sua vida.

***

O casal convidado para padrinhos por Bryan e Irene deixaram Little Town. Bryan Irene e o pequeno Damon Lempke passaram aquela noite em um hotel da cidade e na tarde do dia seguinte compareceram ao enterro do corpo de Pe. Glaxton. De forma silenciosa e penosa, Bryan assistiu ao sepultamento. Após o funeral o casal pegou imediatamente a estrada de volta para a casa. 

Alguns quilômetros após deixar o lugarejo, ainda dentro dos limites municipais de Little Town o carro do casal começou a falhar e parou na estrada. 
Bryan desceu para olhar o motor e ergueu o capô. Irene permaneceu dentro do carro, no banco de trás. O bebê em seu colo parecia observar com atenção a estrada. 
Bryan procurava pela causa do problema, quando um caminhão velho ultrapassou o carro parado à beira da estrada. O caminhão levava uma pesada carga de lâminas de metal e uma delas se desprendeu no momento seguinte à ultrapassagem. A lâmina cortou o ar emitindo um assobio sombrio, que fez Bryan se erguer e voltar o olhar adiante. Bryan não teve tempo sequer de compreender o que estava acontecendo quando a pesada lâmina foi de encontro a ele, decapitando-lhe com a ferocidade de uma foice.

É impossível descrever o horror sofrido por Irene, que do banco de trás do carro se dava conta do ocorrido ao ver a cabeça do marido rolar vários metros pelo asfalto quente até parar a meio metro fora da estrada, imunda de sangue e da terra à beira da estrada. 

Irene gritava e se desesperava de dentro do carro, enquanto o pequeno Damon voltava a dormir, como se os gritos de dor e desespero da mãe fossem para ele uma canção de ninar. 

O motorista do caminhão chegou correndo. Parara alguns metros adiante, por perceber que algo voara de sua carroceria. O caminhoneiro levou as mãos à cabeça, incrédulo ao ver o corpo decapitado caído e a cabeça mais adiante. Enquanto Irene descia do carro para permanecer de pé, com o filho no colo, encostada, em choque, na lateral do carro. O caminhoneiro sem saber o que dizer, trazia, pelos cabelos, a cabeça decapitada e a colocava junto ao corpo, voltou ao caminhão para apanhar um cobertor e, voltando, cobriu o corpo e a cabeça de Bryan.

Um carro de cor preta, que vinha no sentido de quem deixava Little Town, parou. Seu motorista desceu e ofereceu ajuda à viúva. Oferecendo-se para chamar a ambulância, o reboque e para conduzi-la aonde quer que fosse. Mas como o motorista parecia olhar exageradamente para o bebê, Irene esperou pela ambulância, mas recusou a carona, segurando fortemente o filho contra o peito. O caminhoneiro tirou o boné e o segurou com as mãos permanecendo em silêncio ao lado de Irene até a chegada da ambulância e o motorista do carro preto voltou ao seu veículo e os deixou.

– Antes de conhecer Bryan Lempke, os quase quarenta anos de vida de Irene foram uma sucessão de decepções amorosas. Quando era adolescente, Irene sonhava em conseguir fisgar algum quarterback do campeonato universitário de futebol americano, aos vinte e poucos sonhava com os tipos intelectuais, e a partir dos trinta, tudo o que desejava era “um marido”, alguém que lhe tratasse bem. E Bryan era tudo isso ao mesmo tempo, tinha o porte de um quarterback, um ar misterioso e místico, que para ela era a atmosfera de um intelectual e fora, nos anos que viveram juntos até aquele momento horrível, um marido muito carinhoso, que despertava a inveja das antigas amigas dos tempos de escola, que na época foram populares entre os garotos e hoje viviam dias muito menos glamorosos. Talvez por tudo isso seja que Irene não se importasse muito que Bryan não costumasse contar sobre sua vida antes de se conhecerem. Sem saber, no entanto, que esse passado de Bryan, que vivera sob uma terrível maldição, que ele julgava ter sido extinta, estava profundamente ligado ao horror que ela agora vivia, e que, em alguns anos traria a morte para ela própria. 


Continua...

5 comentários:

  1. Nossa.....parece tenso....
    Gosto de terror também e muitas vezes na nossa vida, passamos por momentos de intenso terror!
    adorei o texto!
    Curti sua pg e sou sua seguidora.
    bjus
    http://www.elianedelacerda.com

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  2. Horrível imaginar o desespero da mulher ao ver seu marido decapitado.
    E como vai ser essa criança qnd crescer um pouco? Tá louco! Não é de Deus não. =D
    Esperando o próximo capitulo.
    Beijos

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