sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O Monstro debaixo da Cama - cap 4


Resumo dos capítulos anteriores: Um jovem casal adquiriu uma casa e se mudou com a filha, que começou a se queixar de que em seu novo quarto havia um “monstro debaixo da cama”. Uma noite Rachel pensou ter visto a filha chamar à porta do quarto e desceu até o porão, onde teve uma experiência assustadora. Pensando que poderia haver algum tipo de mal espiritual na casa, Rachel comprou um crucifixo para a parede, mas o objeto religioso caiu estranhamente várias vezes e ela terminou por guarda-lo no fundo de uma gaveta. Desde que chegou à casa nova Rachel não tinha uma boa impressão de uma árvore no jardim da frente. Ela soube, por uma vizinha, de que anos atrás um rapaz havia se enforcado nela, fato que, na época, chocou a vizinhança. Rachel acreditou que talvez as coisas melhorassem se mandasse rezar uma missa pela alma do rapaz suicida e pediu ao padre da paroquia local para benzer a casa. Mas no dia de benção da casa o padre depois de subir ao segundo andar desceu rápido e parecendo assustado e com medo se apressou em deixar a casa.
Numa tarde Rachel vê a filha brincando na árvore, em pânico grita com filha, mandando se afastar da árvore. A menina entra em casa chorando. À noite o marido questiona a esposa sobre o ocorrido. Rachel relata tudo ao marido e diz que quer se mudar da casa e que esta é assombrada. Sean não quer deixar a casa, e perder o investimento e julga que Rachel esteja fantasiando. Até que uma noite irritado com a filha ir dormir todas as noites com o casal Sean vai dormir no quarto de Trish.



O Monstro debaixo da Cama


Penúltimo Capítulo

Sean entrou no quarto da filha e fechou a porta. Dirigiu-se à cama. Pegou um ursinho de pelúcia, que estava perto da cabeceira e jogou para um canto, onde havia outros brinquedos. Deitou-se, puxou o lençol, arrumou o travesseiro e se ajeitou para dormir. Depois de alguns minutos, sonolento, sentiu vontade de abrir os olhos. O ursinho estava sobre a cama, bem de frente para seu rosto. Sean se sentiu confuso, mas acreditou não ser mais do que uma peça pregada pelo sono. Jogou novamente o ursinho para o lado e voltou a ajeitar. Sentiu o quarto mais frio do que estava quando chegou. Olhou para a janela, para conferir se estava fechada e puxou mais o lençol. “O tempo deve estar virando” – pensou. 
Sean pegou no sono.

Cerca de uma hora depois ele acordou, repentinamente, com falta de ar. Sua reação seria levantar, erguendo o tronco, mas suas costas ficaram como que coladas à cama. Quis gritar, mas não conseguia. Tentou se mover, mas também não conseguia. 
Sean lutava desesperadamente para puxar o ar. Pensou que morreria. Conseguiu finalmente respirar. Tentou novamente gritar pela esposa, crendo que precisava de socorro médico urgente, mas a voz não lhe saía. Engasgou. Tentou se mover, sem conseguir de novo. Sentiu o lençol apertando, prendendo-o à cama. Tornou-se ofegante. Sentiu a cama, como se um grande cão estivesse subindo nela. Mas ele não via nada. Então sentiu como se um animal apoiasse as duas patas dianteiras em seu peito. 
Preso à cama e sem conseguir gritar, Sean sentiu um ar quente vindo ao rosto. Era como um bafo de uma fera tocando-lhe a face. Sean sem ver nada, sentia algo em cima de si. Ficou assim, imóvel e com o hálito horrível contra o rosto por mais dois minutos. 
Então tudo voltou ao normal. Sean fechou os olhos e levou as mãos ao rosto. Seu coração pulsava forte. Sentia a mente em confusão. Tremia. Pensava se teria sido um pesadelo – não, não foi, mas qual a explicação? Testou as pernas. Conseguiu se mover. Descansou as mãos na cama e abriu os olhos. Viu o urso de pelúcia no seu colo. Saiu desesperado da cama e do quarto de Trish.

***

“Sean?” – admirou-se Rachel ao encontrar o marido dormindo no sofá da sala.
Sean acorda e vê a esposa e a filha pronta para a escola. Trish segurava o ursinho de pelúcia. 
“Não!” – exclamou Sean, tomando o brinquedo da menina.
Trish ficou perplexa e disse em choramingo “Mas eu sempre o levo para a escola!”.
Rachel olhou de forma interrogativa para o marido, e se agachou de frente para a filha. 
“Hoje você não prefere levar a Henrietta sua boneca?”
Trish assentiu indo apanhar a boneca.
“Não a deixe entrar sozinha no quarto!” – Sean disse à esposa.
Rachel acompanhou a menina, e estranhou as atitudes do marido 
Ao retornarem com a boneca, Sean estava sentado no sofá da sala olhando fixamente para o urso de pelúcia, que segurava com ambas as mãos.
“Vamos, filha” – Rachel disse saindo com Trish, e voltando o olhar de estranheza para Sean.

***

Ao retornar da escola Rachel pediu explicações ao marido de seu comportamento pouco antes. 
Sean relatou à esposa o ocorrido durante a noite no quarto da filha.

“Acho que aquilo quis me matar” – disse Sean.
Rachel se admirava, Sean relatava uma experiência ainda mais extraordinária do que as vivenciadas por ela.
“Rachel, eu não sonhei isso” – Sean respondeu ao olhar da esposa, que lhe pareceu questionador.
“O que acha que devemos fazer?” – perguntou Rachel.
“Eu não sei! Há alguma coisa lá! De verdade há! Mas... Como lidamos com algo assim?” – disse Sean.
“Onde está o urso?” – perguntou a esposa.
“Eu o coloquei numa bolsa e joguei na lata de coleta de lixo” – “Rachel, a Trish não pode ficar mais naquele quarto! Vamos tirar tudo de lá!”. 

O casal subiu até o quarto de Trish. 

“Você trancou?” – perguntou Sean, depois de tentar abrir a porta do quarto.
“Não” – respondeu Rachel.
Sean tentou novamente, e forçou a porta.
Rachel buscou a chave, mas esta quebrou quando Sean tentou abrir.
Sean socou furioso a porta. 
Ouviram um soco interno em resposta.
“Meu Deus!” – exclamou Rachel levando as mãos à boca.
Permaneceram parados em frente à porta e novamente a porta foi socada do lado de dentro do quarto. A perplexidade os dominou e uma terceira vez a porta foi socada pelo lado de dentro do quarto.
“Meu Deus, Sean!” – exclamou Rachel.
“Quem está aí? Tem alguém aí? Quem está aí dentro?” – Sean gritava sem obter resposta.
Furioso, Sean agarrou a maçaneta e solavancou várias vezes a porta, tentando abri-la.
Assim que desistiu a porta começou a solavancar, como se algo imitasse o gesto de Sean do outro lado. 
Rachel começou a chorar de aflição.
O marido buscou tábuas e as pregou à porta.  

***

“A Trish pode ficar na casa de uma de suas irmãs depois da escola?” – Sean perguntou á esposa.
“Acredito que não haveria problema nenhum. A Jeanette deve poder ficar com ela, e ela ficará feliz em dormir na casa da tia”.

Sean, sentado à mesa da cozinha, passou as mãos pela cabeça, agoniado.

“Eu... Eu estive pesquisando na internet sobre... fenômenos... assombrações ou fatos assim...” – dizia Rachel.
“Você o que?”
“Há relatos sobre coisas assim. Há vários casos nos EUA”. 
“Não sei até que ponto se possa dar crédito a algo na internet...”.
“Eu encontrei uma página, é de uma sensitiva, Wilma Cunninham, ela... lida com coisas assim... ela... atua próximo a Nova Orleans...”.
“Rachel! Não deve ser mais do que uma enganadora! Isso é engodo!”
“Bem... Na verdade, eu havia enviado um e-mail umas semanas atrás... e... Ela concordaria em ver nossa casa”.
“E o que essa sensitiva faria aqui? Encheria a casa de incenso, diria umas palavras esquisitas e tentaria tirar o máximo de dinheiro da gente?”
“Ela não pede dinheiro, Sean! Ela pesquisa esse tipo de fenômeno! Parece-me algo que podemos tentar! Encontrar uma explicação!”
“Não há explicação para isso!”
“Sean, talvez ela ajude! O que mais podemos fazer?”
“Tudo bem! Vamos chamar essa sensitiva! Mas não lhe daremos dinheiro!”


Continua...






2 comentários:

  1. Da hora, nossa! Fiquei tensa quando alguém (algo?) socou a porta por dentro D: Eu pensei que o cara ia morrer hj. Vms ver oq essa mulher q tá chegando vai dizer q é. E eles tem é q arrumar jeito de ficar beeem longe da casa. Eu hein!
    beijos =D

    ResponderExcluir
  2. Agora ele acredita rss;
    Pimenta nos olhos dos outros é monstro, quer dizer, colírio.

    ResponderExcluir