terça-feira, 29 de outubro de 2013

O Lobo e O Coyote - cap 2



Capítulo 2

Acho que Billy Coyote estava só de passagem pela cidade, mas talvez por causa da bela Sally tenha resolvido ficar uns dias por aqui! E ele se hospedou no hotel, o único hotel aqui da cidade. Contam que lá também economizou, pois quando lhe perguntaram o nome para registro ele disse “William” e quando perguntado pelo sobrenome ele respondeu “Pode chamar de Coyote” e “Billy Coyote” era um nome temido. Havia histórias sobre ele! Alguns diziam que fora criado por coiotes. Ora essa! E havia os que diziam que com apenas sete anos de idade um coiote tentou ataca-lo e Billy o matou usando só as mãos! E ainda outros que diziam que o nome era porque havia acertado um tiro exatamente entre os olhos de um coiote a mais de um quilometro de distância... No fundo ninguém sabia ao certo o porquê do nome e contavam histórias! Mas sobre tudo se dizia que ele tinha a melhor pontaria do Oeste! Bem, quando ouviu se tratar de Billy Coyote o velho dono do hotel o hospedou com regalias e sem lhe cobrar nada! Dizem que o velho tremeu mesmo feito vara verde quando soube quem estava diante dele!

Mas voltemos ao que aconteceu naqueles dias em que Billy Coyote esteve aqui!
Acontece que justamente depois que Billy chegou, os fazendeiros da região começaram a se queixar ao xerife de que seus cavalos e gado andavam desaparecendo. E o xerife achou que “o forasteiro” tivesse algo a ver com isso! E chegou a questioná-lo ao o encontrar novamente pela cidade! (O velho xerife McCamon, ainda não sabia com quem estava falando).

***

Billy caminhava pela rua central da cidade e o Xerife McCamon mais uma vez ostentando a carabina e montado em seu cavalo se colocou perante o forasteiro.

“Olá, forasteiro! Vejo que continua nessa cidade! Terá você algo a ver com os sumiços de cavalos e gado por aqui, dos quais tenho ouvido queixas dos fazendeiros?” – disse o xerife.

“Olá, xerife! Vejo que gosta de conversar sempre apontando essa carabina, seria mais educado não aponta-la tanto! Nada tenho a ver com seus cavalos e gado!” – respondeu Billy.

***

Mas acontece que depois o xerife acabou acreditando que, nesse caso dos cavalos e gado, estava enganado quanto ao forasteiro! Um dia fazendo ronda pelas redondezas encontrou vários restos de animais, cavalos e gado. Os corpos dos animais pareciam haver sido atacados por algum predador. O xerife acreditou se tratar de um ataque de lobos.

E depois desses fatos é que aconteceu de Billy salvar Sally em uma noite!

***

Era tarde da noite, mas o sono fugira de Billy e ele tentava dormir, enquanto olhava o teto do seu quarto no hotel.

Sally caminhava pela rua principal da cidade, onde o hotel se localizava.
Mas a jovem começou a ter a sensação de haver algo a seguindo e sentiu seu corpo gelar! Quando olhou para trás havia uma criatura horrenda! Parecida com um cão, porém muito maior, com orelhas enormes e pontudas e olhos de um vermelho horripilante que estavam fixos nela, a boca da criatura semiaberta exibia dentes enormes e pontudos e aquela criatura salivava como se estivesse faminta! O bicho caminhava lentamente na trilha da jovem. Quando Sally viu a criatura deu um grito agudo e alto de pavor! A jovem ficou paralisada de medo sem conseguir sair do lugar! Permanecendo ali parada olhando incrédula para a criatura.

Ao ouvir o grito Billy se levantou e olhou pela janela e viu a cena da moça de frente com a criatura ameaçadora! Então Billy pulou a janela e, deslizando pelo teto, foi cair bem em frente à moça.
Sally deu um salto para trás ao se surpreender com o pistoleiro caindo.

Billy se levantou e bateu na roupa tirando a poeira enquanto dizia para ela se afastar.
Metros a frente de Billy a criatura observava, com olhos ameaçadores, e começou a roçar o chão de terra com as patas.

“Que diabo é isso?” – disse Billy espantado com o que via.

Billy e a criatura ficaram se olhando por minutos até que a criatura disparou em direção do pistoleiro.
Billy levou a mão procurando a pistola, mas então percebeu que não havia colocado o cinto antes de pular pela janela!

“oh-oh!”

Billy correu e aquela coisa correu atrás dele! Claro, aquilo era mais veloz e quando Billy corria por uma varanda e o bicho o estava quase pegando, o pistoleiro com um salto, agarrou no teto da varanda, escapando do ataque bem na hora, e com a criatura debaixo de si, Billy largou do teto pulando nas costas daquela coisa e agarrou-lhe os pelos e cavalgou naquilo como se cavalga em um touro bravo!

Sally encolhida em um canto de varanda assistia ao inusitado “show de rodeio”.
A criatura saltava furiosa, tentando fazer “o peão” cair de suas costas! E Billy fez aquilo correr em direção a uma cerca, onde o bicho se chocou e ficou com a cabeça presa!
Então Billy desceu e aproveitando que a criatura estava presa, correu para junto de Sally e a levou para dentro do hotel, jogando-a por uma janela do primeiro andar e saltando atrás, antes que aquilo se soltasse.

***
“O-o-Obrigada, Senhor...” – disse Sally.

“William, já lhe disse” – respondeu Billy.

O Dono do hotel apareceu.

“Traga água para a pequena, acho que ela passou por um grande susto!” – disse Billy ao dono do lugar.

“Sim, Senhor Coyote!” – respondeu o sujeito solícito, indo buscar água.

“Q-q-co-Coyote?” – perguntou Sally admirada.

“É como me chamam” – respondeu Billy

O dono do hotel chegou com a água e Billy serviu à Sally.

“Agora pode nos deixar” – Billy ordenou ao sujeito.

“Você é, é, é... Billy Coyote?” – perguntou Sally em tom de espanto.

“Sim. E você depois daquela coisa lá fora se assusta com meu nome? Que diabos era aquilo?” – disse Billy.

“É verdade que o senhor matou um coiote quando era criança?” – perguntou a jovem.

“Bem... Estamos começando a deixar de ser estranhos, não é? Começou a se interessar pelo tipo pistoleiro, o tipo de fora-da-lei?” – disse Billy.

“Er... O senhor salvou-me a vida, Senhor Coyote” – disse Sally.

“E isso dá algum crédito, me parece! Pois bem, eu criado por coiotes? Rs. Dizem isso?”

“Dizem”

“Não, pequena, de quem talvez eu possa saber o nome! É ‘Coyote’ por que eu vivo só! Como os coiotes costumam viver!”– disse Billy com ar galanteador.

“Meu nome é Sally”.

“Agora que terminamos as apresentações... Talvez possamos falar sobre o que era aquilo lá fora”.


Continua...

2 comentários:

  1. Já deu romance.
    Lembrei de ti estes dias quando no cine cult passou um filme com outro pistoleiro que não mencionamos no capítulo anterior, Yul Brynner em Adiós Sabata.
    Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. "Adiós Sabata" esse título não me soa estranho! Vou 'dar um confere' na coleção do papai!

      ...beijinhos***

      Excluir