sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O Caso do Porquinho Chico - cap 6



Último Capítulo


No tribunal Vanessa e os pais ficaram sentados no banco dos que acusavam e eram defendidos pelo promotor público, do outro lado, o lado da defesa, estava o sujeito e seu advogado particular. Os jurados sentavam-se à esquerda. Entre as balaustradas que separavam o júri dos espectadores, encontrava-se o padre Francisco como testemunha.

“Vamos dar início ao caso do Porco Chico!” – anunciou o juiz.

“Meritíssimo, meu cliente está sendo difamado, caluniado por estas pessoas de má fé!” – disse o advogado do sujeito.

“Mãe, o que ele disse? Meritiss... o que?” – perguntou Vanessa.
“Meritíssimo! É o mesmo que juiz!” – a mãe respondeu.
“E difamado e caluniado?” – perguntou a menina.
“É falar mal”
“Por que não diz, então, juiz e falar mal, que a gente entende?”

O juiz com cara de bravo bateu o martelo: “Silêncio no tribunal!” – bradou.

“Xiiiiii” – fez a mãe de Vanessa.

“Como eu dizia, Meritíssimo, essas pessoas sem nenhuma prova contundente, fazem acusações difamatórias contra meu cliente, o senhor Guilherme, que é um contribuinte honesto desse município!” – disse o advogado do sujeito.

“Não entendi nada, mãe! Que município?” – perguntou Vanessa.
“É o mesmo que cidade! Fica quietinha, filha, o juiz vai brigar!” – respondeu a mãe.
“Por que não diz cidade, que todo mundo entende?” – comentou Vanessa.

O juiz voltou a bater o martelo: “Silêncio!” – bradou novamente.

“Desculpa, meritíssimo ou juiz!” – disse Vanessa.

“Padre Francisco!” – chamou o escrivão.

“Padre, o senhor pode contar ao juiz e ao júri o que se passou?” – perguntou o promotor.

 “A menina Vanessa e sua amiga foram à minha paróquia hoje pela manhã levando o porco...” – respondia o padre.

“Mãe, o que é paróquia?” – perguntou Vanessa.
“É quase o mesmo que igreja! Agora fica quietinha!” – respondeu a mãe.
Ára, por que não diz igreja, que todo mundo entende?” – comentou Vanessa.

“Mocinha, vou ter que pedir que se retire, se não parar de falar!” – disse o juiz se dirigindo à Vanessa.

“Me retire?” – perguntou Vanessa.

“Que saia do tribunal” – respondeu o juiz.

“Por que não diz sair, que todo mundo entende?” – perguntou Vanessa e depois apontou para o sujeito, dizendo brava:

“Esse moço malvado mentiu pra mim e pra Valéria e roubou o meu porquinho!”

“Protesto! A menina não pode advogar!” – bradou o advogado do sujeito.

“Protesto? E o que eu não posso?” – Vanessa perguntou ao advogado.

“Er... Quer dizer que não concordo e que você não pode se defender por si mesma!” – respondeu o advogado.

Ára! Ocês ficam falando tudo enrolado! Eu posso sim! E quero chamar minha testemunha!” – respondeu a menina.

“Tudo isso é absurdo! O porquinho Tico é meu!” – gritou exaltado o sujeito que afanara (que é o mesmo que roubar) o porco.

“É Chico o nome dele, seu bocó! Tá vendo, seu juiz, ele nem sabe o nome do porquinho!” – disse Vanessa.

Os pais de Vanessa passaram as mãos na cabeça. O advogado do sujeito o disse para que ele ficasse calado. O juiz bateu o martelo e tornou a pedir ordem.

“Quem você quer chamar como testemunha?” – o juiz perguntou à menina.

“Protesto!” – bradou o advogado do sujeito.

“Protesto negado” – respondeu rispidamente o juiz – “Vai, menina, chama logo essa testemunha e vamos acabar logo com isso!”.

“Eu chamo o porquinho Chico!” – disse Vanessa.

“O porco?” – admirou-se o escrivão.

O policial ficou tentando levar o porco puxando a corda.

“Chico!” – Vanessa chamou o porquinho.

O porquinho Chico foi correndo, e se esfregou nas pernas da menina.
Quando essa lhe fez carinho, ele se virou, deitando-se de costas para receber carinho na barriga. Depois se levantou e corria alegre em torno de Vanessa.

O Juiz bateu novamente o martelo e disse:

“É obvio que esse porco é dessa garotinha faladora! E está decidido que o porco é da menina!”

O sujeito e seu advogado ficaram muito bravos! Os pais de Vanessa e o padre festejavam a vitória.

Mas Vanessa estava muito triste.

“O que houve, filha?” – perguntou a mãe – “Nós ganhamos!”

“Mas ocês querem assar o Chico! De que adianta?” – a menina respondeu muito triste.

“Foi por isso que ela e a amiga foram à igreja com o porco! Queriam que eu escondesse o bicho lá na paróquia!” – disse o padre Francisco.

Os pais olharam para menina, que agora, abraça o porco com carinho.

“Filha” – chamou a mãe. Vanessa olhou. – “É causo você ouviu que a gente ia assar o porco... quero dizer: o Chico para a ceia, não é?” – perguntou a mãe.

“É!”.

A mãe fez cara de pensando. – “Então, a gente não assa! Ocê pode ficar com seu porco... o Chico!” – disse a mãe.

“Sério? De verdade, verdadeira? Posso ficar com o Chico?”

“Pode sim!” ^^


E caso encerrado!


Ou melhor... Fim! Que todo mundo entende!


...beijinhos***


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O Caso do Porquinho Chico - cap 5



Penúltimo Capítulo


“É sobre o Chico... quero dizer! Sobre o porco!” – disse o padre.

“O porco?” – admirou-se a mãe de Vanessa.

“Sim, vocês teem um porco, que as meninas chamam de Chico, não é?”

“Temos, mas ele desapareceu!” – respondeu o pai de Vanessa.

“Então eu estava certo! A Vanessa e a Valéria foram à Igreja com ele hoje de manhã. E agora a pouco vi um porco igualzinho. Se for o mesmo, o sujeito está com o porco tentando vender lá perto da igreja!”.

“Então ele pegou o porco aqui?” – perguntou o pai de Vanessa.

“Vanessa, o que ocê e a Valéria estavam fazendo com o porco na igreja? Vocês faltaram à aula?” – perguntou a mãe de Vanessa.

Vanessa não respondeu.

“Acho que eu entendo a menina, mas agora o melhor é irmos lá onde o homem está com o porco!” – disse o padre.

Vanessa e os pais, acompanhados pelo padre, foram ao local onde o homem oferecia o porco.

“É esse malvado aí mesmo! Ele mentiu pra gente que iria cuidar do Chico e colocou ele nessa jaula!” – disse brava Vanessa.

“Esse porco é nosso!” – disse a mãe de Vanessa.

“Pois o porco é meu! Por acaso pode provar o contrário?” – respondeu o sujeito.

“O padre está de prova! Ele conhece o porco!” – disse o pai de Vanessa.

“Se vocês pagarem o preço podem levar ele!” – disse o sujeito!

“Pois não vamos pagar por um porco que é nosso mesmo!” – disse a mãe de Vanessa.

“Meu filho, por que não devolve o porco?” – perguntou o padre.


O Tumulto atraiu a atenção do guarda que estava próximo.


“O que está havendo aqui?” – quis saber o policial.

“Senhor, essas pessoas estão querendo roubar-me o porco!”

=O “Ah! É mentira, seu guarda! Ele que roubou o meu Chico!” – disse Vanessa indignada.

“Roubou o que?” – perguntou o guarda.

“O Chico... quero dizer! O porco é da menina, policial!” – disse o padre.

“Pois eu digo que o porco é meu!” – disse o sujeito.

O guarda coçou a cabeça e disse:

“Eu nunca deixaria de acreditar na palavra do vigário! Mas não sei o que eu posso fazer! Bem acho que vamos ter que ir ao juiz lá na cidade!” – disse o policial.


Continua...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Caso do Porquinho Chico - cap 4



Capítulo Quatro


As duas amigas voltaram até a casa do sujeito que havia aceitado “esconder” o porco Chico. Mas ninguém atendia à campainha.

Ára! Temos que ver o Chico, ver como ele tá!” – disse Vanessa.

“Mas o moço não atende! E o muro não deixa ver!” – respondeu Valéria.

“Faz ‘pé-pé’ pra mim, que eu olho por cima do muro!” – disse Vanessa.

Valéria juntou as mãos entrelaçando os dedos, fazendo um apoio para Vanessa subir.

Vanessa, usando o ‘pé-pé’, se esticou toda para ver do outro lado do muro.

“Valéria! =|” – exclamou Vanessa.

“O que foi?”

“O Chico! Ele tá sem banho! E tá preso! Tá com carinha de triste! O moço colocou ele numa jaula pequenininha!” – disse Vanessa..

Ocê consegue pular?”

“Não”.

“Tão desce que minha mão tá doendo já”.

“Ele enganou a gente, Valéria! Ele não tá cuidando bem do Chico!”.

“Vamos pedir o Chico de volta!” – disse Valéria.


Elas ficaram esperando o sujeito aparecer. Até que o portão da casa abriu e uma caminhonete saiu de lá.


“Vanessa, olha!” – Valéria gritou apontando.

“É o Chico! Ele colocou a jaula com o Chico na carroceria daquela caminhonete!”


Elas correram até o sujeito que desceu para fechar o portão.


“Ei, moço! Devolve o porquinho Chico!” – disse Vanessa.

“Não conheço ocês! E o que estão fazendo que não estão na escola? Desapareçam!” – respondeu o sujeito, entrando na caminhonete e dando a partida.

“Pra onde ele vai levar o Chico?” – disse Vanessa desolada.

“Será que é pra fazenda onde gostam dos porquinhos?” – disse Valéria.

Ára! Deixa de ser pastel! Ele é malvado! Ele mentiu! Não existe essa fazenda! Temos que ir atrás e pegar o Chico!”

Elas tentaram correr atrás da caminhonete até que a perderam de vista em meio à nuvem de poeira que ela deixava pra trás na estrada de terra.


“Valéria, Ele levou meu porquinho” – disse Vanessa triste.  =(


Elas voltaram cabisbaixas para suas casas.

Quando Vanessa chegou a casa seus pais haviam voltado da roça para o almoço.
Vanessa chegou com cara de ter chorado e toda suja da poeira da estrada.


“Vanessa, o que houve?” – perguntou a mãe.

“Nada”.

“Olha o estado de sujeira que ocê tá! E por que essa cara de quem chorou? O que aconteceu? Foi algo na escola?”


O pai de Vanessa nessa hora deu falta do porco:


“Onde tá o porco?” – o pai perguntou.

“Roubaram o Chico!” – Vanessa respondeu com voz chorosa.


Bateram à porta e a mãe de Vanessa foi atender.


Uai, quem será?” – disse a mãe de Vanessa – “Vou ver quem é, mas ocê ainda vai ter que explicar o porquê dessa cara e dessa sujeira, Vanessa”.

 – “Boa tarde, Dona Vaninha!” – disse o homem que batera à porta.

“Padre Francisco?” – A mãe de Vanessa se admirou do padre ir à sua casa.

“Não esperava! Não repare na bagunça! O sinhô está servido para o almoço? O que o traz aqui, padre?” – perguntou a mãe de Vanessa.


Continua...


sábado, 21 de setembro de 2013

O Caso do Porquinho Chico - cap 3




Capítulo Três


Vanessa e Valéria foram pegar o porquinho Chico e Vanessa colocou uma coleira com corda no porco.

“Vem, Chico!” – dizia Valéria puxando o bicho pela corda, mas ele não saía do lugar.

“Ai, Vanessa! Tá vendo? Coleira é pra cachorrinho! Ele não vem!”

Vanessa correu até a hortinha, apanhou algumas folhas de alface, voltou e mostrou-as ao Chico.

“Ronc! Ronc!” – Chico se levantou rápido querendo saborear a alface.

“Vem, Chico! Vou te dando alface no caminho se ocê comportar!” – disse Vanessa.

As duas amigas, então, levaram o porquinho até a igreja, onde estava o padre Francisco.

“Padre Francisco, o Chico pode ficar escondido no quintal de trás da Igreja?” – Vanessa perguntou ao padre.

“O quê? Que Chico? O porco? Um porco escondido na Igreja? Vocês deram o meu nome pro porco?”

“O sinhô é Francisco, padre, ele é Chico!” – respondeu Vanessa.

“Chico é apelido de Francisco... Ára, deixa pra lá! Por que vocês querem esconder o Chi... o porco aqui?”

“Os pais dela querem assar o Chi... o porco para a ceia de Natal!” – respondeu Valéria.

“Ele tá gordinh... quero dizer! Eu entendo! Mas, infelizmente não posso escondê-lo aqui na Igreja!” – respondeu o padre Francisco.

Vanessa e Valéria, então, foram procurar outro lugar para esconder o porquinho Chico! Perguntaram em várias casas, mas a resposta era sempre a mesma: “Não posso esconder seu porco aqui”.


Até que chegaram à casa de um sujeito, que aceitou esconder o porco.


“Que gordo... quero dizer! Que porco bonito! Vocês querem que eu guarde ele no meu quintal?” – disse o sujeito.

“É, moço! Se ele ficar lá em casa, meus pais vão assar ele pra ceia de Natal!” – disse Vanessa.

“Suculento... quero dizer! Ah, entendi! Não podemos deixar que façam isso com o porquinho, né?” – disse o sujeito.

“Então o sinhô vai esconder o Chico, moço?”

“Eu vou esconder! Por que vocês não dão ele pra mim? Seus pais podem querer assar ele mesmo depois do Natal! Eu posso leva-lo para uma fazenda que os donos gostam tanto de porquinhos que nunca assam os porquinhos! Ele vai ficar muito feliz lá! Lá tem bastante lama pra ele brincar!”

“Não, moço! O Chico não pode ficar na lama! Ele toma banho! Tem que dar banho e passar perfume, que nem eu faço! E ele gosta de alface na hora do lanche! O sinhô esconde ele só até depois do Natal! Aí antes do outro Natal a gente esconde ele de novo! Tá?” – disse Vanessa!

“Ah, então, tá bão! Pode deixar ele comigo, que vou dar banho e dar alface no lanche dele!” – respondeu o sujeito.

“Não esquece o perfume!” – disse Vanessa.


As amigas voltavam para casa. Mas no meio do caminho:


“Peraí, Valéria!” – disse Vanessa.

“O que?” – perguntou a amiga.

“Eu estou intrigada!” ¬¬

“Por quê? Ocê comeu trigo?”

“Não, pastel! Não é isso que é intrigada!”.

“Então o que é?”

“Eu tô preocupada de deixar o Chico com o moço! Será que ele vai dar banho mesmo, e dar alface pro Chico?”.



Continua...

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Caso do Porquinho Chico - cap 2



Capítulo Dois


No dia seguinte Valéria foi para estrada e ficou esperando por Vanessa.
Valéria estava à beira da estrada, como se estivesse esperando a combi passar.

“Valéria!” – uma voz sussurrou.

Valéria não respondeu.

“Valéria!” – repetiu a voz.

Valéria assustada arregalou os olhos.

“Valéria!” – repetiu a voz, um pouco mais alto.

Valéria olhou para todos os lados, mas não via ninguém.

“Valéria!” – insistia a voz!

“Ave Maria cheia de graça...” – Valéria começou a repetir a oração.

“Valéria!” – a voz insistiu, dessa vez bem alto e com tom de impaciência.

Valéria então percebeu que a voz vinha do meio dos arbustos. E era uma voz familiar!

“Vanessa? É ocê?”

Vanessa surgiu erguendo a cabeça acima do arbusto.

“É Craro que sou eu! Quem ocê pensou que fosse, pastel?”

“Eu? Nada!”

Ocê pensou que era assombração?” – Vanessa perguntou desconfiada.

“Não”.

“Então por que ocê tava rezando?”

“Não tava não”.

“Tava sim! Tava aí repetindo a Ave-Maria!”

“Tá bom! Tá bom! Eu pensei que fosse assombração! Pensei que era uma mula sem cabeça!”

“Ai ai ai! Eu não pareço mula não!” – disse Vanessa emburrada e continuou: “Além de que, se a mula não tem cabeça, também não tem boca! Como iria chamar seu nome?”

“Ah é verdade, mas sei lá!” – respondeu Valéria e continuou: “Deve ser porque eu fiquei impressionada com o ‘Causo de Terror Assustador que dá Medo’ que contaram lá em casa ontem!” – disse Valéria.

“‘Causo de Terror Assustador que dá Medo’? Eu quero saber, adoro causo de terror!”

“Eu vou contar!” – disse Valéria e começou a contar o causo:


“Falaram que as senhoras foram numa reza! Mas a reza foi numa casa bem longe! Aí as senhoras voltavam tarde da noite pela estrada! Foi aí que apareceu uma mula sem cabeça!”

“E aí, o que aconteceu?” – perguntou Vanessa.

“Aí a mula sem cabeça com fogo saindo do pescoço começou a correr em volta delas! E cada vez chegava mais perto! Era assustador! E o fogo do pescoço da mula era forte e as senhoras sentiam muito calor!”

“E aí, o que aconteceu?”

“As senhoras arrebentaram as cordinhas dos terços! E começaram a acertar a mula sem cabeça com as contas dos terços! E cada vez que uma conta de terço pegava na mula ela se afastava, mas tentava voltar! E as senhoras acertavam outra conta de terço e ela se afastava!”

“Mas quantas contas tinham?” – perguntou Vanessa.

“Ah! Isso depende de quantas senhoras eram! Se eram seis senhoras, por exemplo, e cada terço tem cento e cinquenta contas... Vanessa, quanto dá cento e cinquenta vezes seis?”

“Sei lá, uai! A gente só aprendeu até conta com decimal!” – respondeu Vanessa, e continuou: “Mas mesmo sendo muitas contas uma hora tinha que acabar! O que aconteceu?”.

“Eu não lembro bem... Acho que continuaram assim até que amanheceu e a mula foi embora!” – respondeu Valéria.

“Ah! Eu não acreditei nadica de nada nesse causo!” – disse Vanessa.

Ocê não acredita em nada que a gente conta!” – respondeu Valéria emburrada.

“Mas se a mula vai embora quando o dia lumina, por que ocê pensou que ela tava aqui?” – perguntou Vanessa.

“Na hora do medo a gente não pensa em detalhes!” – respondeu a amiga.

“Quer saber? Deixa esse trem de causo pra lá! Temos que levar o Chico para algum esconderijo! Meus pais de certo já saíram pra roça enquanto ocê me contava esse causo aí!”.

“É mesmo! Vamos pegar o Chico!”.



Continua...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O Caso do Porquinho Chico - cap 1


Hoje trago uma história em que tentei dar um “gostinho de goiabada com queijo”, que espero que você goste de ler. Eu adorei escrever!
“O Caso do Porquinho Chico” é uma história fictícia, infantil, que trata do nosso amor por animais de estimação e é ambientada no interior de Minas Gerais.

Essa história é dedicada à Vanessa Christiane, que me ajudou na escolha do vocabulário – que procura trazer a gostosa linguagem do interior mineiro.


O Caso do Porquinho Chico.


Capítulo Um


Era uma vez... Uma menininha que se chamava Vanessa. Ela morava em um sítio no interior do estado de Minas Gerais.

Um dia quando seus pais chegaram a casa...

 “Vanessa, o que você está fazendo? Não anda comendo, sem parar, alface, que pegou da horta, né?” – perguntou a mãe.

Vanessa levou as mãos às costas, escondendo as folhas de alface que tinha acabado de arrancar de um pé da hortinha. – “Não!” – ela respondeu.

Então, de repente: “Nhac Nhac”! – um pequeno porquinho entrou pelo outro lado da casa e foi direto nas folhas de alface, que a menina escondia atrás de si. Vanessa se surpreendeu ao sentir algo comer a alface, e, se virando para ver, se deparou com o porquinho!

“Ah! O danado entrou!” – disse a mãe.
“E revelou a alface oculta!” – comentou o pai, rindo e não resistindo ao trocadilho.
“Quem é ele?! =|” – Vanessa admirada perguntou.
“É um porquinho que trouxemos...” – respondia a mãe.
“Ele é pra mim?!” – Vanessa perguntou com grande expectativa.
“Não... er... é para gente criar, uai!” – disse a mãe.
“Ele pode ser meu de estimação! Que fofinho! ^^” – disse Vanessa, segurando e erguendo o porquinho à altura dos olhos.
“Mas, Vanessa, os bichos que se tem como de estimação são gatos ou cachorros...” – respondia a mãe.
“Ele vai se chamar Chico!” – disse Vanessa, levando o porquinho para fora para mostrar o sítio ao seu nome bichinho! – “Venha, Chico, vou te mostrar todo o sítio!”.
“Parece que ela tem um novo bichinho!” – comentou o pai, vendo a menina sair empolgada com o porquinho. 

***

Logo o porquinho aprendeu o nome. Era só Vanessa chamar: “Chico!” e ele vinha correndo, se esfregava nas pernas dela, ao receber carinho, ele se deitava de costas no chão abrindo as perninhas, querendo carinho na barriguinha!

***

O tempo foi passando, e Chico, que era tão pequeno, se tornou um porco enorme e gorducho!

***

Até que um dia, Vanessa acabava de dar mais um banho em Chico.

“Agora ocê tá limpinho, Chico! E perfumado! Está muito chique com esse perfume! Espera um cadinho aqui, que eu vou lá no pé pegar uma laranja para comer com sal!” – dizendo isso, a menina foi buscar uma laranja.

Mas quando voltou, Chico tinha se sujado todo na lama!

“Ai, Chico! Ó o que ocê fez! Ocê se sujou todo! Acabei de te dar banho! Vou ter que te dar outro banho!”
A menina deu outro banho no porco.
“E agora? Tá vendo? O perfume que eu tinha acabou no primeiro banho! Vou ter que pegar um cadinho de um perfume da mamãe!”.

Vanessa entrou em casa bem devagarinho para não ser percebida examinando a prateleira de perfumes da mãe.
Foi quando ela ouviu uma conversa dos pais, que estavam na cozinha.

“O porco já está bastante gordo! No Natal vamos assá-lo para a ceia!” – disse o pai.

Ouvindo isso, a menina, com olhos lacrimejando de tristeza, voltou de fininho para junto do porco e o abraçou.

“Ai, Chico! Amo tanto ocê!”
“Ronc Ronc” – fazia Chico, focinhando o ar.


No outro dia, Valéria, vizinha e amiga de Vanessa, percebeu que ela estava triste. 

“Vanessa, ocê tá triste?” – perguntou Valéria. 
“Eu tô” 
“Por quê?”
Causo que meus pais vão assar o Chico pra ceia do Natal”.

Valéria também ficou muito triste com a notícia.

Ocê tem certeza, Vanessa?”
“Tenho. Eu ouvi eles conversando na cozinha”.

Mas as meninas resolveram fazer um plano para evitar que Chico virasse o prato principal da ceia de Natal.

“Amanhã de manhã, quando for a hora da gente ir pra escola a gente não vai! Aí papai e mamãe vão pra roça! Aí a gente pega o Chico e procura um lugar para ele ficar escondido até passar a ceia!” – disse Vanessa e continuou: “Ocê me espera na estrada onde a gente pega a combi da escola!”.


Continua...