quinta-feira, 28 de março de 2013

Histórias de Terror Assustador que dão Medo




Eu não criei a história a seguir, ela me foi relatada.

Em meados da década de 1960, em um bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, distante da região central da cidade: Um homem aflito, pálido de medo visivelmente em pânico, e exausto de uma corrida em disparada chega à localidade onde morava. Seus amigos lhe perguntam o que acontecera. Sua história é estranha demais para ser verdade, mas seu estado atestava de que não estava mentindo. Ele conta sua história.
   
Trabalhara, como fazia quase todas as noites, em seu ofício de garçom até tarde em um bairro vizinho, região de praias que contava com certa vida boemia. Terminado seu serviço ele se arrumou para voltar para casa e como sempre fazia apanhou sua bicicleta. Tudo dentro da rotina, uma noite como outra qualquer.
Naquela época o transporte coletivo na região parava pouco depois das dez da noite, deixando assim apenas a bicicleta como alternativa de locomoção após o horário.
Ele pedalou, como sempre, cerca de um quilometro e meio até o trecho deserto do caminho, onde não se via viva alma. Até que no meio daquela estrada ele vê uma moça loira fazendo-lhe sinal para que parasse. Ela diz que está indo para o bairro, comenta sobre a precariedade de locomoção do horário e seu temor em andar por ali sozinha àquelas horas. Ele a diz para subir na garupa da bicicleta, o porta-volume trasseiro. Ele seguiu pedalando levando a moça como sua passageira até que depois de certo tempo ele estranha, pois deixou de sentir o peso duplo, sentindo ficar muito mais leve. Estranhando a falta do peso extra de sua passageira ele olha para trás. Só que ao invés da moça há um esqueleto sentado na garupa. Tomado de pavor ele sai da bicicleta jogando-a com o esqueleto para o lado da estrada e partindo em disparada sem olhar para trás.
No dia seguinte acompanhado dos amigos ele volta ao ponto da estrada e encontram apenas a bicicleta jogada no mato.

O mais estranho é que não era um caso isolado. Muitos rapazes que faziam aquele trajeto de bicicleta relatavam história idêntica, garantindo veracidade. A moça que pedia carona para depois desaparecer dando lugar ao esqueleto era conhecida apenas como “a loira”

...beijinhos***

segunda-feira, 4 de março de 2013

Gracilda (Borboleta - final)


Depois de nos prepararmos para um novo passeio, vovó tomou-me pela mão e saiu comigo pela chácara. Disse-me que poderíamos encontrar lagartas nas folhas, ver casulos e quem sabe, até encontrar a Gracilda! Não demorou e encontramos as lagartas. Era engraçado como o bicho mexia o corpinho!
“Essas lagartas são diferentes da Gracilda, não usam roupa de tigrinho, como na gravura que papai me mostrou” comentei e vovó achou graça da roupa de tigrinho. “Sabe, vovó, a Gracilda é a rainha das borboletas! Ou monarca, como diz o papai” comentei. “Ah, então deve ser por isso que você não conseguiu encontrar a Gracilda! As rainhas são muito importantes e teem muitas coisas para resolverem, ela deve estar muito ocupada!” disse a vovó. “É verdade!” respondi, parecia lógico que uma rainha fosse muito ocupada!
“E os casulos só ficam aí parados?” perguntei. “Lá dentro tem uma lagarta se transformando em borboleta, em uns dias ou um mês ela sai de lá!” respondeu.
Mas o que uma borboleta teria para fazer além de voar que ocupava tanto o tempo da Gracilda? “Mas, vovó, o que além de voar uma borboleta tem pra fazer?” perguntei. “Muita coisa, Aline! As borboletas são importantes agentes polinizadores!” respondeu a vovó. “Agente? De espionagem? Poliniza... como disse?” perguntei. “Não!” respondeu a vovó que tornou a se divertir, e continuou a explicar “As borboletas ajudam as flores a se reproduzirem! Isso que faz um agente polinizador! Sem as borboletas muitas flores e plantam não nasceriam e as consequências disso atingiriam até os bichinhos!”. Admirei-me com isso. “Vovó, por que as borboletas não vivem pra sempre, como as fadas?” perguntei. “E quem disse que as fadas vivem pra sempre? Lembra da história que te contei que cada flor tem uma fada? Quando a flor morre a fada também morre!” respondeu a vovó.
“Nuss! Primeiro as borboletas e agora as fadas? Isso tudo é muito triste, vó! E depois de um mês no casulo viver só duas semanas? Seria melhor continuar sendo lagarta!” comentei. “Não, Aline! A lagarta só vive ali, na planta, só conhece aquele pedacinho, enquanto a borboleta voa, e borboletas monarcas como a Gracilda voam até mais que dois mil quilômetros! Não seria incrível voar?” “Nuss, Acho que nunca viajei mais que dois mil quilômetros!” comentei. “E se a Gracilda voou dois mil quilômetros? Não teria mesmo como eu a encontrar com a bicicleta!” disse e fiquei triste. Mas vovó me tornou a animar dizendo “Não fique triste, Aline! Acho que ela gosta dessa chácara tanto quanto a gente e tenho quase certeza de que está por aqui!” Voltei a acreditar que a Gracilda estava na chácara e a vovó continuou: “E as lagartas não teem filhinhas, só depois que viram borboletas! As borboletas procuram com muito cuidado um lugar para seus ovos, levando de alguns dias até um mês, se não encontram logo uma boa folha! Quando você viu a Gracilda ela não posou numa folha? Vai ver estava colocando os ovos dela! E se colocou os ovos com você ali é sinal de que ela gostou muito de você e confiou em você!”. Vovó sabia mesmo tudo sobre as borboletas! Fiquei feliz porque a Gracilda também gostou de mim. “Filhinhas da Gracilda? E quantos ovos as borboletas colocam?” perguntei. “Uma monarca? Ih! Provavelmente entre trezentos e quatrocentos” respondeu.
“Ai, vovó! Como vou conseguir pensar nome pra tanta lagarta quando nascerem?!”


...beijinhos***

sábado, 2 de março de 2013

Gracilda (Borboleta - parte III)


Nos dias seguintes aquilo não me saía da cabeça! Pelo que mamãe falou das lagartas, elas viviam um longo tempo antes de serem borboletas. Mas depois de tanto tempo sendo lagarta e tanto tempo dentro de um casulo só duas semanas vivendo? Logo agora que eram lindas e voavam suas vidas estavam perto de acabar? Menos a Gracilda, afinal ela era uma borboleta rainha, digo, monarca, e vivia nove meses. Ainda assim muito pouco!
De todo modo, eu ficava pensando aquilo comigo mesma e deixei de falar sobre a Gracilda com meus pais no restante da semana.
Até que chegou o outro domingo, e, como de costume, fomos visitar a vovó.
Acho que papai e mamãe pensavam que eu já tinha me esquecido da Gracilda e não imaginaram que eu iria pra longe do pedaço ao redor da casa da chácara onde eu costumava andar com minha bicicletinha.
Eu não sabia há quanto tempo Gracilda já havia se transformado em borboleta e por consequência, quanto tempo mais ela viveria! A chácara era grande demais e o dia curto! Com a bicicleta eu conseguiria procurar mais rápido por Gracilda. E se eu perdesse a oportunidade desse domingo, uma semana a mais poderia ser mais do que a Gracilda viveria! Então saí pedalando pela chácara.
Os caminhos eram acidentados demais para mim tão pequenina com meus cerca de sete anos de idade. Foi uma longa busca, tive dificuldades com a bicicletinha em muitas partes. E nada da Gracilda! Ah, se pelo menos fosse como nas histórias onde outros bichinhos e até árvores falam, algum deles haveria de ter visto a Gracilda! Depois de muito procurar sem conseguir encontrar a borboleta eu voltei frustrada, cheia de poeira e com os calçados bem sujos.
Chegando à casa os adultos estavam com cara de zangados e certamente me dariam uma grande bronca por ter me afastado do redor da casa com a bicicleta e “sumido” pela chácara e isso seguido de um discurso sobre o quanto ficaram preocupados, o quanto me procuraram e o perigo de eu ter me machucado. Mas não o fizeram porque vovó tomando a frente, como fazem as avós, que sempre aliviam os netos, e certamente percebendo minha tristeza e frustração, quis saber por que eu fui para longe com a bicicleta.
“É a Gracilda, vó! Eu preciso encontrá-la enquanto está viva!” respondi.
“Quem é essa Gracilda, de quem não estou sabendo nada ainda?” quis saber a vovó. E contei-lhe tudo sobre a borboleta monarca.


Continua...